segunda-feira, julho 28, 2008

Alguém me faça postar, por favor.

segunda-feira, julho 07, 2008

Notícias que gostaríamos de ver - Parte VI


"Olha o refrão, olha o refrão!", mostrou-me Maurício Gasperini, indignado pela falta de créditos, porém feliz com a referência. "A Pixar a utilizou claramente como inspiração!". O músico, vocalista da banda Rádio Táxi, não hesita ao declarar que o maior sucesso da banda, a canção Eva, serviu de inspiração para Wall-E, o novo filme de animação da Disney/Pixar. Gasperini declamou alguns versos, em seguida: “Minha pequena Eva (Eva)/O nosso amor na última astronave (Eva)/Além do infinito eu vou voar/Sozinho com você”, constatando ainda que a música se encaixa perfeitamente no trecho do filme em que o pequeno robô voa no espaço ao colo da sua amada. (...)

Continua na página 36.

E o vocalista confessa: “Espero que não pensem que essa música é da Ivete”.

terça-feira, julho 01, 2008

No Ceará – Parte I – Roude Tripe


QUINTA-FEIRA, 22:00 hrs.


O atendente Uesquelessei me serviu um McDuplo na rodoviária. Comi com pressa e partimos – eu, meu irmão e minhas duas irmãs – para o Ceará, terra de home valente, etecetera e coisa e tar. Nosso primeiro ônibus saía de Salvador e ia até Petrolina, em Pernambuco.

Durante o percurso, atestamos que, em viagens longas, a conversa sempre acaba em cocô. Não, tipo, literalmente. Você pode começar discutindo sobre qualquer assunto aleatório como, sei lá, o pagodinho do momento ou a textura da bunda da Mulher Melancia que, ainda assim, o papo vai te levar a um relato confessional das suas atividades estomacais diárias.

Tá, mentira. Você não é assim. É só a gente mesmo.

Mas olha só como não dá pra esquecer disso: mais cedo ou mais tarde, aquela dorzinha de barriga vai chegar até você. Não rola fazer um número dois no banheiro do ônibus, e qualquer posto no meio da estrada é nojento demais pra se desprender. Beleza, você é um cara que se alivia em qualquer lugar, mas e o papel higiênico? Vai limpar com a cueca? Vamos supor que você consiga descarregar – é, acho que acabam meus eufemismos aqui - num posto desses, daí você sai e o ônibus foi embora. Agora sim você está na merda, amigo. E quem só consegue sentado? Mesmo que leve um rolinho próprio, folha dupla, com cheirinho de alecrim, só em forrar aquele assento molhadinho e meladinho os trinta metros já foram para a cucuia. E quando...

Sim, vamos voltar para a viagem.

Tipo que isso é só a pia...


SEXTA-FEIRA, 06:00 hrs.


Chegamos finalmente em Petrolina, onde comi, na Lanchonete da Ginelva, um pastelzinho de vento e o pior café com leite da minha vida. Posteriormente discutimos o efeito que aquele pastel podia causar em nossos intestinos nas sete longas horas seguintes e partimos para o segundo ônibus: um pinga-pinga.

Pinga-pinga é o transporte que pára em qualquer lugar, independente de rodoviária ou ponto. Uma pessoa se espreguiça no meio da rua, ele pára, uma galinha passa na estrada, ele pára. Alguém vai ficar na cidade? Ah, ele deixa na porta de casa! Pra que pressa? Quem tem horário? Mundo atual? Relaxe, rapaz!

Avançamos bem lentamente. Muito tempo depois, conforme nos aproximávamos do Ceará, fomos percebendo como tudo ficava mais engraçado – o que comprova a minha teoria dos sobrinhos comediantes, mas quem se importa com isso?


TRÊS SINAIS DE QUE O CEARÁ ESTAVA CHEGANDO:

- Maior fuzuê numa cidadezinha por causa de um acidente de trânsito. Uma bicicleta bateu de frente com outra. É, você não leu errado. De frente. Foi um alívio quando soubemos que não houve mortos nem feridos.

- O ônibus pára no meio da estrada. Quebrou? Nãão. HAVIA UM JUMENTO EMPACADO NO MEIO DO CAMINHO. Quinze minutos depois - olha aí, quem tivesse apertado podia ir no matinho, mas e as urtigas? -, voltamos à nossa velocidade normal, não muito distante do zero.

- As representações masculino/feminino no banheiro das lanchonetes repentinamente ficaram mais roots, do tipo:



SEXTA-FEIRA, 15:00 hrs.


Vimos numa cidade bem maior que as outras. Um portal anunciava: Bem vindo ao Crato - Governo Municipal.

O funcionário da empresa de ônibus – que dizia ser batizado na igreja católica e evangélica, porque assim ele estaria salvo de qualquer jeito – declarou: “É, voltei ao Crato. Sabe o que mudou nessa semana em que eu estive fora? Porra nenhuma! Eu posso viajar vinte anos que isso aqui vai continuar do mesmo jeito.”

Finalmente, chegamos ao nosso destino.



Talvez essa série continue nos próximos posts. Ah, é tão legal ser inconstante...